A beleza duma ruga
A beleza duma ruga
Que rosto lindo eu vi hoje, rugoso, Tão fascinante qual o duma criança! Continha o mesmo brilho radioso, Continha a alegria pura duma dança…
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É um brilho de amor por ser-se homem E pela fé confiada na existência; É como se o amanhã unisse o dia d’ ontem É como se o amanhã fosse a nossa essência! Nos rostos deslumbrantes por que passas: Um duma criança linda renascida Ou a cara dum velho bem franzida Reluz futurecida a acção de graças.
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Pois, uma ruga é prémio incontestável, É o colo mais feliz da transcendência! E é assim que se é criança admirável, E é assim que finda a vida em sapiência.
(Eugénio de S. Vicente)
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