A importância da Fonoaudiologia na Alimentação do Idoso
Existem várias mudanças fisiológicas do sistema digestivo associadas ao envelhecimento que podem descompensar o mecanismo da deglutição e muitas vezes afetar diretamente o estado nutricional ou pulmonar do idoso.
Durante o processo de envelhecimento além das modificações das estruturas orais existe também a perda das papilas gustativas e a diminuição da percepção olfativa, trazendo implicações para ingestão de alimentos, uma vez que o paladar é função conjunta entre as sensações gustativa e olfativa. Além disso, as modificações do próprio padrão mastigatório, prótese mal adaptada, redução do volume salivar devido às medicações e doenças associadas (vasculares, degenerativas, metabólicas), diminuição da propulsão e pressão da língua, diminuição dos reflexos protetivos, aumento da incidência de refluxo gastroesofágico e denervação senil do esôfago pode tornar a disfagia mais grave.
Em função das mudanças estruturais e funcionais do processo de deglutição os hábitos alimentares podem ser modificados ao decorrer dos anos.
Atuação Fonoaudiológica:
A atuação fonoaudiológica nas disfagias tem como objetivo identificar, por meio da história do indivíduo e da avaliação específica da deglutição, as informações que auxiliarão o planejamento de adaptações e condutas terapêuticas a serem utilizadas com o idoso disfágico. Alguns instrumentos realizados pelo médico e fonoaudiólogo, como a videofluoroscopia (imagem dinâmica da deglutição) e a videoendoscopia (exame com fibra óptica flexível introduzida pelo nariz) auxiliam no processo diagnóstico.
O processo terapêutico consiste no gerenciamento dos distúrbios da deglutição e da alimentação, que podem ser realizados por meio de orientações, adaptações, reorganização dos hábitos alimentares do idoso e na reabilitação garantindo assim uma alimentação segura e com boa qualidade.
O fonoaudiólogo juntamente com uma equipe interprofissional participará da decisão das condutas alimentares como: tipo das vias alimentares, consistências dos alimentos, utensílios para alimentação, posicionamento durante as refeições, o ambiente e a realização da higiene oral. Na Casa de Repouso Residencial em família temos uma equipe multidisciplinar que faz esse trabalho com nossos idosos.
Vias alimentares: Os tipos de vias alimentares serão decididos conforme a necessidade, desempenho e segurança do idoso. Os tipos de vias alimentares são: oral, enteral (nasogástrica, nasoenteral, gastrostomia, jejunostomia) e mista.
Consistências alimentares: variáveis de acordo com os serviços, porém de forma ampla, podemos destacar dieta geral, pastosa (cremes e purês), líquida-pastosa (vitaminas, mingau e sucos espessados) e líquida (água, chás, sucos, café).
Utensílios para alimentação: facilitação da dinâmica e independência alimentar do idoso: prato fundo, prato de sobremesa, colher e/ou garfo sobremesa, ingesta de líquido com canudo, colher ou copo rígido.
Posicionamento: A postura é funcional e segura para alimentação! Sentado com os pés apoiados, apoio no pescoço, se deitado deixar posição de 90o ou 45o
Ambiente: Calmo, atento, confortável, sem interferências auditivas ou visuais, informar sobre os alimentos ingeridos.
Higiene oral: É importante manter uma rotina de escovação, realizando a higiene oral sempre após as refeições; escovar os dentes e retirar as próteses dentárias durante a escovação; limpeza da “gengiva”, da língua, do assoalho da boca, do palato e das bochechas com uma gaze umedecida. Não usar pasta de dente em idosos que não conseguem cuspir.
Boca seca: Devido a ingesta de uma série de medicações, o idoso pode sentir a boca extremamente seca, sendo o ideal ingerir muito líquido durante todo o dia, ou fazer uso de salivas artificiais
DICAS
· Solicite a concentração do idoso durante a alimentação; evite conversar muito durante a alimentação;
· Ofereça o alimento de forma tranqüila, sem pressa. Desligue TV e rádio;
· O idoso deve estar sentado com a cabeça ereta, com os pés apoiados no chão e as mãos apoiadas nos braços da cadeira;
· Realize a higiene oral após as refeições;
· Se a dentadura estiver solta, retire-a durante a alimentação e não ofereça alimentos que necessitem de muita mastigação (procure um dentista);
· Espere o idoso engolir toda a comida antes de oferecer uma nova colherada;
· Durante a refeição, se você observar que após oferecer uma colher com alimento o idoso não engolir, ofereça uma colher vazia para estimular a deglutição dos alimentos;
· Observe as tosses e engasgos durante e após a alimentação;
· Observe também se o idoso está perdendo peso.
Fonte: http://fonoenutricao.blogspot.com.br
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